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O cantor Renato Russo estaria completando 64 anos nesta quarta-feira (27)

O líder do Legião Urbana morreu em 1996, aos 36 anos, devido a complicações causadas pela aids


Renato Manfredini Júnior (Renato Russo) nasceu no Rio de Janeiro, em 27 de março de 1960. Em 1973, ele se mudou com sua família para Brasília, estudou no colégio Marista, da 615 Sul, onde concluiu o primeiro e segundo grau. Aos 18 anos, ingressou na faculdade de jornalismo, no Centro de Ensino Unificado de Brasília (CEUB).

Em 1978, Renato conheceu André Pretorius, um punk sul africano que morava em Brasília. Com a participação de Fê Lemos, eles montaram a primeira formação da banda Aborto Elétrico, Renato Russo no baixo, Pretorius na guitarra e Lemos na bateria.

A banda durou até 1981, quando houve um desentendimento entre o vocalista do Legião Urbana e o baterista do Capital Inicial. Mas a banda escreveu grandes sucessos enquanto durou, “Que País é esse?”, “Música Urbana”, “Conexão Amazônica” , foram alguns deles.

Com o fim do Aborto Elétrico, Renato seguiu com o nome de “O Trovador Solitário”, onde ele se apresentava sozinho com um violão. Nessa época ele escreveu alguns clássicos do repertório da sua futura banda como “Eduardo e Mônica”, “Faroeste Caboclo” e “Geração Coca-Cola”. Mas não querendo seguir sozinho, em 1982, junto com Renato Rocha, Marcelo Bonfá e Dado Villa-Lobos, Renato Russo formou o “Legião Urbana”.

O nome surgiu do vocalista (Renato Russo) e do baterista (Marcelo Bonfá), com a ideia de revezar os guitarristas e tecladistas para completar o grupo. Formando assim uma “legião” de músicos. O grupo foi um fenômeno imediato no cenário brasiliense e logo alcançou o sucesso nacional, se tornando uma das maiores bandas de rock na história do Brasil.

A banda lançou oito discos, sendo um deles póstumo ao líder da banda. Com várias músicas marcantes e referências a lugares da capital, a banda virou um marco da cidade e com letras de protesto deu voz para uma geração que cresceu sob regime militar, a “geração coca-cola”.

Mas o sucesso da banda foi interrompido, na madrugada do dia 11 de outubro de 1996, quando o cantor Renato Russo morreu, no Rio de Janeiro, devido a uma sepse pulmonar causada por complicações da AIDS. Apesar disso, o legado do vocalista estará sempre marcado na história de Brasília, tanto pela influência na cultura quanto em lugares como o Espaço Cultural Renato Russo de Brasília.

Muito antes do centro cultural receber esse nome, o local era um edifício da Companhia Energética de Brasília, CEB, mas com o tempo o local passou a ficar abandonado e virou um grande depósito. Em 1974, o grande galpão começou a ser usado em atividades comunitárias, resultando no Teatro Galpão.

Um ano depois, em 1975, a Secretaria de Educação e Cultura se anima com as possibilidades do espaço e em 1977 o local é comprado, sendo ampliado e rebatizado como Centro de Criatividade. Além do Teatro Galpão, foram incluídos o Galpãozinho e as galerias de arte.

O local passou a ser um ponto de encontro e refúgio do sistema político da época para os artistas locais. No Centro de Criatividade, eram realizadas peças teatrais, eventos musicais e gravuras, além de aulas de teatro e de artes, gratuitas para todos. Em um desses eventos, o ícone da música brasiliense chegou a se apresentar, com a sua antiga banda, o Aborto Elétrico.

Em 1986, o espaço cultural passou por uma reforma, essa reforma durou sete anos, onde foi reinaugurado em 13 de setembro de 1993 com o nome de Espaço Cultural 508 Sul. Mas em janeiro de 1999, em homenagem ao líder da banda Legião Urbana, o local ganha o nome de Espaço Cultural Renato Russo e se consolida como uma parte essencial para a formação artística e cultural dos jovens.

O espaço

O espaço cultural fica na 508, na w3 sul, e é formado por vários prédios interligados. Nesses prédios se encontram quatro salas de teatro, espaços para receber exposições, uma biblioteca especializada em informação artística, uma gibiteca e uma musiteca.

A Praça Central e o mezanino são a entrada do local, onde podem receber exposições e eventos. A Galeria Parangolé e a Galeria Rubem Valentim são espaços dedicados para a exposição e eventos. Já o Galpão das Artes é um espaço dedicado para aulas e oficinas de artes plásticas e visuais.

Entre essas salas de teatro se encontra o antigo Teatro Galpão, que hoje é a maior sala do Espaço Cultural, com capacidade para 400 espectadores. Um cineteatro com capacidade para 150 pessoas, uma sala multiuso com arquibancada e uma segunda sala de teatro onde cabem 54 pessoas.

A biblioteca é especializada em informação artística, contando com aproximadamente 3500 livros sobre o assunto. A gibiteca do Espaço Cultural, é a primeira gibiteca da capital, contando com uma enorme variedade de gibis, aproximadamente 20 mil exemplares.

O Espaço Cultural Renato Russo, atua com importante papel de preservação e democratização de cultura para a população. A modificação de espaços como o antigo galpão na 508 sul tornou propícia a expressão da juventude brasiliense, consolidando a identidade cultural de Brasília a partir dos anos 70.

A aproximação da população ao espaço possibilitou a oportunidade de integração da cultura e do lazer. “Dentre tantas funções sociais, o direito do lazer é o principal elemento que proporciona o acréscimo da cultura, seja ela tanto na criação ou no usufruto da mesma, correspondente no modo de fazer, pensar, agir e existir”, aponta o pesquisador Alexandre Lunardi.

Os Centros Culturais tem como função principal preservar a cultura da sociedade, a fim de possibilitar o crescimento desta. Tais espaços acompanham e abordam o desenvolvimento da cidade, contribuindo para a formação de identidade cultural local.

Os espaços públicos, como o antigo Teatro Galpão, se apresentam como fruto de memórias urbanas que compõem memórias coletivas, como apontado pelo pesquisador Cláudio Magalhães Batista, e essas formam a identidade do povo local.

Assim sendo, o Espaço Cultural Renato Russo é um orientador de identidade e memória de Brasília. O lugar necessita de valorização para viabilizar a própria permanência, onde há o usufruto singular da cultura. Oferecendo ligação afetiva, histórias a serem escritas e cultura preservada.

O espaço conta com cursos gratuitos e pagos, que variam regularmente e abrangem todas as idades. Os programas oferecidos são aulas de dança , teatro, desenho e pintura. É possível adquirir mais informações por meio do site oficial e Instagram.