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Humanizar é preciso! V Conferência Internacional sobre Humanização do Parto e Nascimento

Juntos na conquista de direitos por uma maternidade saudável e realizadora


A taxa média de cirurgias cesarianas no Brasil vem aumentando desde o início do século e dados preliminares de 2023 mostram que chegou a 59,1% de acordo com o Ministério da Saúde, uma realidade muito distante da recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) que é de 10 a 15%. Em resposta a essa realidade, a V Conferência Internacional sobre Humanização do Parto e Nascimento (V CIHPN) surge como um espaço para debates em busca de mudanças na forma como a gestação e o parto são compreendidos e assistidos em nosso país. O evento será realizado de 24 a 28 de fevereiro, em Brasília, e reunirá em um só local integrantes de uma rede global de profissionais de saúde, doulas, advogados, estudantes e representantes da sociedade que tenham interesse pelo tema e que juntos busquem práticas inovadoras baseadas em evidências científicas, que tragam mais saúde e bem-estar para as mães e para os bebês.

Por meio de quatro eixos fundamentais – Ciência nas práticas de Saúde, Justiça Social, Equidade, Mobilização Social – a conferência busca revelar mitos, contribuir para a evolução da saúde materna e infantil e fortalecer uma rede de assistência integral e comprometida com uma sociedade mais justa e acolhedora, com integração entre todos os agentes e serviços envolvidos, além de todos que são a favor da causa. A ideia é aprofundar reflexões e debater sobre uma humanização plural e acolhedora do parto e nascimento, de forma que envolva toda a sociedade, buscando compartilhar experiências nacionais e internacionais, baseadas em evidências científicas e nos princípios da humanização para profissionais, gestores e usuários interessados no campo da saúde coletiva, direitos reprodutivos, gestão de serviços e sistemas de saúde e assistência ao pré-natal, parto e puerpério.

A humanização do parto é uma pauta defendida pela OMS, reconhecendo a necessidade de respeitar os direitos das gestantes e valorizar a experiência única do nascimento, trazendo recomendações como as da diretriz Fazendo do parto uma experiência positiva, lançada em 2018, que contém 56 recomendações baseadas em evidências, detalhando os cuidados clínicos e não clínicos que são necessários durante todo o trabalho de parto e imediatamente depois do parto para as mulheres e para os recém-nascidos.

Desde tempos imemoriais as mulheres pariram e apenas desde o século XX a cirurgia cesariana se popularizou. Comparando ambas as vias de nascimento, o parto vaginal é clinicamente comprovado como seguro, havendo menor perda de sangue da mãe, menos riscos de infecção, complicações da anestesia, cortes acidentais em órgãos, distensão abdominal e embolia, que são algumas das complicações de um nascimento pela via cirúrgica.

Estudos indicam que cesáreas eletivas aumentam a mortalidade materna em 3,5 vezes em comparação com partos normais e além disso, nascer por um parto normal respeitoso proporciona efeitos psicológicos significativos para a mulher, promovendo um senso de força e competência inexplicável (uma verdadeira celebração do empoderamento feminino), ademais, o trabalho de parto estimula a liberação de endorfina e a liberação de ocitocina natural, fortalecendo o vínculo entre mãe e bebê.

A conferência abordará temas cruciais, como acesso à saúde sexual e reprodutiva de qualidade como questão de direitos humanos, inovações em saúde perinatal, diferenças entre modelos de assistência e vantagens e desvantagens de cada um, além da trajetória e conquistas dos organismos internacionais na humanização do parto e nascimento. E contará com o apoio de instituições renomadas, além de palestrantes nacionais e internacionais.

O encontro será promovido pela Rede pela Humanização do Parto e Nascimento (ReHuNa) que tem 30 anos de atuação pelos direitos da mulher e o bebê no pré-parto, parto e pós-parto, e pela Universidade de Brasília, além de ter como apoiadores diversas instituições, entre elas: Ministério da Saúde, Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS), Federação de Doulas do Brasil, Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), Associação Brasileira de Enfermeiros Obstetras e Obstetrizes (ABENFO-Nacional), Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS), Associação de Doulas da RIDE – Distrito Federal e Entorno, além de instituições internacionais como Centro Latino-americano de Perinatologia, vinculado à Organização Mundial de Saúde (OMS) e à Organização Panamericana de Saúde (OPAS), Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA) e Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) que é a agência de desenvolvimento internacional da ONU que trata de questões populacionais.

A V CIHPN é um chamado para a evolução, desafiando conceitos ultrapassados e promovendo uma abordagem centrada na mulher, no bebê e sua família. Todos são bem-vindos a participar, desde profissionais da saúde, doulas, advogados até estudantes universitários. Será um espaço de colaboração essencial para impulsionar a mudança de mentalidade e alcançar a verdadeira humanização do parto e nascimento.

Junte-se a nós na V CIHPN e seja parte desta revolução em prol da maternidade e saúde infantil!

Serviço

O QUE: V Conferência Internacional sobre Humanização do Parto e Nascimento (V CIHPN)
QUANDO: 24 a 28 de fevereiro de 2024
ONDE: Presencial em Brasília e com transmissão parcial da programação on-line
INFORMAÇÕES E INSCRIÇÕES: https://rehuna.org.br/

jornalista.raquelferreira@gmail.com
Foto: divulgação – gestarmed