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Gracias a La Vida, último espetáculo dirigido por Hugo Rodas retorna aos palcos candangos

A segunda temporada do musical estreia no Teatro Galpão


Entre 13 e 28 de outubro, às 20h, o musical Gracias a la Vida – última obra teatral dirigida pelo aclamado diretor Hugo Rodas – estreia sua segunda temporada no Espaço Cultural Renato Russo, e segue circulando no Complexo Cultural da Samambaia e no Sesi Taguatinga. Os ingressos podem ser adquiridos gratuitamente, no local, até 2h antes do início de cada sessão.

Gracias a la Vida é uma viagem pela América Latina, “o continente insubmisso”, segundo o roteirista, Pedro Tierra. Por meio da música, da imagem, da poesia e da história, o espetáculo toca o coração e o pensamento do espectador e da espectadora para envolvê-los em uma jornada pelas revoluções do sul do continente americano.

O projeto, que é realizado com fomento da Fundação Palmares, conta com direção geral de Dorival Brandão e direção artística de Sheila Campos, também integrante do elenco, que expressa o significado de ocupar uma função anteriormente conduzida por um nome de peso como o de Rodas: “é um legado, um verdadeiro presente, assumir essa responsabilidade. Também é um desafio respeitar a proposta inicial do mestre, mas ao mesmo tempo adaptá-la para propiciar uma circulação mais fácil, em um novo momento político e em novos espaços”.

A obra e o contexto político

“O ponto de partida para o processo criativo foi uma reflexão sobre essa típica dificuldade que nós brasileiros temos de reconhecer-nos como latino-americanos. A peça nasceu em um momento em que estávamos pressionados por uma política de retrocesso vivida no governo passado, com exaltações a ditaduras e torturas. Então, a ideia veio pela necessidade de resgatar a memória, de modo lúdico e intuitivo, sobre os momentos em que América Latina rebelou-se contra essas opressões, com base em um cancioneiro revolucionário”, conta Dorival, idealizador do projeto.

“E como o debate político sobre o marco temporal está em voga, essa é mais uma razão para reforçar e exaltar essa identidade, uma vez que o espetáculo promove a ancestralidade brasileira vinda dos povos originários”, complementa Alexandre Rangel, produtor executivo do projeto.

Música e revolução

A canção-ícone da chilena Violeta Parra, que nomeia e inspira o musical, remete diretamente à força revolucionária que conduz a obra. Entretanto, em lugar de ater-se ao tradicional popular, típico das composições do gênero, a peça inova nas interpretações da trilha sonora, como explica o maestro Alex Paz, diretor musical do projeto: “a musicalidade do espetáculo surge de uma mistura extraída de vários anos de pesquisa sobre o cancioneiro latino, fugindo um pouco da expressão folclórica com instrumentos típicos, para introduzir um sotaque mais universal, que vai além das fronteiras da América Latina. Essa roupagem moderna inclui a linguagem do jazz, interpretada por piano, guitarra e bateria, por exemplo”.

“Contamos com um conjunto de músicos bastante militantes, completamente engajados com a pauta. Quando anunciamos o projeto para convocar integrantes, a adesão foi rápida e fácil. Além disso, temos a condução de um maestro hondurenho e tivemos a direção artística de um uruguaio, ambos tendo vivido ditaduras em seus respectivos países. Tudo isso contribuiu fortemente para dar liga à produção”, complementa Brandão.

Primeira e segunda edições

Segundo a direção geral do projeto, há um consenso sobre a notória diferença entre os dois momentos da peça. A primeira versão do Gracias a la Vida foi concebida em um ambiente de extrema insegurança política, em razão do momento governamental que o Brasil viveu em 2021. Foi, portanto, com um grito de resistência que essa obra teve início.

Já na temporada de 2023, o cenário é completamente distinto. A mudança na conjuntura política foi fundamental para a retomada dos diálogos do país com os vizinhos latinos, rumo ao fortalecimento de movimentos progressistas, à afirmação da democracia, à exaltação da educação, à valorização da diversidade e ao respeito aos povos originários. Isso permite que o projeto circule em novos ares e com novos sentidos.

O espetáculo “mobiliza as mais fecundas expressões culturais de diferentes povos, para resistir às tiranias a serviço do império durante os anos de chumbo. E levanta diante de nossos olhos o espelho da memória das lutas que travamos em defesa da democracia ontem, para estimular as lutas contra a ressurreição do neofascismo, hoje”, como define Pedro Tierra.

Teatro Galpão Hugo Rodas

O nome do mestre uruguaio dos palcos brasileiros passou a integrar uma das principais salas do Espaço Cultural Renato Russo 508 Sul. O espaço foi escolhido como forma de prestar honrarias ao diretor, fazendo jus à memória de sua resistência aos tempos sombrios, usando a arte como arma e defesa.

A homenagem aconteceu em maio do ano passado e contou com a presença de artistas e pessoas envolvidas com a história do professor emérito da Universidade de Brasília (UnB).

Programação

Outubro – sempre às 20h.
13 e 14/10 – Teatro Galpão Hugo Rodas – Espaço Cultural Renato Russo;
20 e 21/10 – Complexo Cultural da Samambaia;
27 e 28/10 – Sala Yara Amaral – Sesi Taguatinga.
Ingressos: podem ser retirados, no local, gratuitamente até 2h antes do início de cada sessão.

Assessora de imprensa: Camila Muguruza – (61) 9 8168-7402