Número saltou de 2.147 para 10.577 entre 2020 e setembro de 2023; quantidade representa apenas 0,5% da frota total da capital
A frota de veículos elétricos em circulação no Distrito Federal saltou de 2.147 para 10.577 em quase quatro anos, segundo dados da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran). O crescimento, entre 2020 e setembro de 2023, é de 392,6%, ou seja, uma frota quase cinco vezes maior do que há três anos.
Os modelos em circulação na capital variam entre:
• híbridos plug-in: permitem a recarga na tomada externa, tendo maior autonomia que o híbrido convencional; e
• elétricos: usam a eletricidade como única e principal fonte.
Taxação para veículos elétricos
Em novembro, o governo federal anunciou que vai retomar a cobrança de impostos de importação sobre veículos elétricos no Brasil a partir de janeiro de 2024. Com a medida, as alíquotas do imposto de importação vão aumentar gradualmente até 2026, quando vão atingir 35%.
Segundo o governo, a expectativa é desenvolver a cadeia automotiva nacional, acelerar o processo de descarbonização da frota brasileira e aumentar a arrecadação. Inicialmente, em janeiro de 2024, os modelos híbridos e híbridos plug-in terão uma alíquota de 12% do imposto, e os elétricos, de 10%.
Arte/R7
Para especialistas, a volta da cobrança desses impostos pode impactar as vendas dos carros elétricos no Brasil, causando entraves para o desenvolvimento do setor no país. Atualmente, a maioria desses modelos é produzida no exterior.
De acordo com a advogada tributarista Mariana Ferreira, apesar de a medida visar estimular a fabricação dos veículos no país, pode ser contraditória em meio a um movimento de descarbonização. Para a especialista, o imposto dá um impulso à indústria nacional, mas consequentemente aumenta o preço dos carros elétricos, favorecendo a venda dos veículos a combustão.
“Esse imposto irá desestimular a importação de carros energéticos, pois cessa a criação de toda uma infraestrutura para abastecimento e manutenção, que seria estratégica para a futura produção local. Melhor do que tal medida seria aproveitar o potencial do Brasil para a geração de energia limpa e buscar atrair fabricantes de baterias de carros elétricos ao Brasil, já que estas são o item de maior valor agregado ao veículo”, comentou o advogado tributarista Lucas Terto.
De acordo com o presidente da Abve, Ricardo Bastos, apesar da tributação, é esperado um crescimento nas vendas de veículos elétricos, mas não com um aumento tão forte. “Pode afetar o desenvolvimento dessa indústria no Brasil, aumentar o custo do carro. Sempre há um último olhar no preço do veículo”, completou.