Maior programa de escoamento do GDF prevê 8,8 km de túneis horizontais e verticais, além de uma bacia de detenção para reduzir a velocidade das águas
Maior programa de escoamento de águas pluviais do Governo do Distrito Federal, o Drenar DF atingiu a marca de 4 km de túneis escavados, de um total de quase 8,8 km previstos. Já são 1,5 km de passagens subterrâneas concretadas. Os serviços são executados por empresas contratadas pela Agência de Desenvolvimento (Terracap).
Os túneis são escavados usando o método não destrutivo tunnel liner. A técnica permite a escavação de passagens subterrâneas de forma eficiente, sem a necessidade de realizar grandes escavações e mitigando os transtornos na superfície dos locais onde as redes serão instaladas.
As passagens são construídas tanto na horizontal, visando o escoamento das águas pluviais, quanto na vertical, os chamados poços de ataque e poços de visita (PVs). As estruturas são fundamentais na rede de drenagem por se posicionarem em pontos de interligação das galerias e por garantirem o acesso das equipes responsáveis pela manutenção da rede.
O projeto prevê a construção de 105 PVs. Deste total, há 63 concluídos e outros 21 poços em andamento – todos serão reforçados com concreto projetado. São seis frentes de trabalho atuando na fase de concretagem. Esta é uma das etapas mais ágeis da obra, com a previsão de execução de 30 metros por dia.
“Estamos atacando o problema principal, que é o fato do atual sistema de drenagem ter sido superado, não está mais suportando o grande volume” – Hamilton Lourenço Filho, diretor técnico da Terracap
O diretor técnico da Terracap, Hamilton Lourenço, destaca que o Drenar DF chega como uma solução definitiva para os antigos problemas de inundação em áreas críticas do Plano Piloto e de outras regiões, como Taguatinga. “Estamos atacando o problema principal, que é o fato do atual sistema de drenagem ter sido superado, não está mais suportando o grande volume”, enfatiza.
Visita de servidores
O local recebeu, nesta sexta-feira (15), a visita de servidores da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). No local, os funcionários públicos foram apresentados aos detalhes técnicos do programa de escoamento e puderam acompanhar de perto a concretagem do túnel que se conecta ao reservatório.
Alexandre Anderaos: “É algo que nos causa espanto pelo tamanho, quando a gente passa de carro por aqui não consegue ter dimensão do quão grande é”
Alexandre Anderaos, superintendente adjunto de regulação de saneamento básico da ANA, se surpreendeu com a dimensão da lagoa: “É algo que nos causa espanto pelo tamanho, quando a gente passa de carro por aqui não consegue ter dimensão do quão grande é”.
Anderaos afirma que a visita é importante para que a população tenha conhecimento sobre o avanço das obras. “Para a gente, também se trata de uma visita muito importante. Nós temos a atribuição de norma de referência de saneamento urbano e um dos componentes é a drenagem urbana. Por isso, é muito interessante a gente ver como é o projeto e como a rede será operada”, acrescenta.
Bacia de detenção
Com um investimento de R$ 174 milhões, o Drenar DF saiu do papel em janeiro deste ano, depois de duas décadas de espera. Em paralelo à construção dos túneis e galerias, é realizada a escavação de uma bacia de detenção, localizada no Setor de Embaixadas Norte. As equipes escavaram 238 mil m³ de terra. A meta é retirar 245 mil m³.
A estrutura ficará responsável por reduzir o volume de água que desemboca no Lago Paranoá. “As chuvas, especialmente aquelas primeiras que ocorrem logo após o período de seca, carregam tudo que está na rua e essa água está chegando diretamente ao Lago Paranoá, com força e velocidade semelhante ao vertedouro de uma barragem”, explica o diretor.
Além disso, o reservatório permitirá que o lixo arrastado nas enxurradas seja filtrado e que a água chegue até o destino final em menor velocidade, evitando o assoreamento do lago. Com a escavação praticamente concluída, os serviços agora se expandiram para o plantio de mudas de árvores, com o apoio da Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap).