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DF é segunda unidade da federação com maior consumo abusivo de bebidas alcoólicas, diz Secretaria de Saúde

De acordo com boletim epidemiológico da pasta, 25,7% dos adultos beberam quatro ou mais doses em uma mesma ocasião


O Distrito Federal é a segunda unidade da federação com maior consumo abusivo de bebidas alcoólicas por habitante, segundo o boletim epidemiológico da Secretaria de Saúde (SES-DF), referente a 2023. De acordo com o informativo, 25,7% dos adultos beberam quatro ou mais doses em uma mesma ocasião — índice classificado como abusivo pelo Ministério da Saúde. Brasília ficou atrás apenas de Salvador, na Bahia (28,9%).

A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera que a dependência em drogas lícitas ou ilícitas é uma doença. O uso indevido de substâncias como álcool, cigarro, crack e cocaína é um problema de saúde pública e também um fator de risco associado às doenças que englobam acidentes e violência – as principais causas de morbimortalidade — morte provocada por determinada doença — no mundo.

Segundo a Secretaria de Saúde, estudos destacam a relevância dos fatores genéticos na transmissão da vulnerabilidade às dependências. Nesses casos, o desenvolvimento do transtorno é resultado da associação de condições biológicas hereditárias a situações ambientais ao longo da vida.

Consequências do alcoolismo

Estima-se que o álcool seja responsável por mais de três milhões de mortes por ano em todo o mundo, correspondente a 5,3% do total de óbitos — uma dentre 20 ocorrências fatais, de acordo com a OMS. No DF, entre 2016 e 2021, ocorreram 3.227 mortes por causas atribuíveis ao álcool, alcançando a taxa de 23,9 óbitos por 100 mil habitantes no último ano. As fatalidades são predominantes no sexo masculino — 91% das mortes em 2021.

Tratamento

A gerente do Centro de Atenção Psicossocial para tratamento de Álcool e outras Drogas (CAPS AD) de Santa Maria, no Distrito Federal, Adriana Câmara, destaca que muitos usuários que tentam parar o consumo de álcool sozinhos entram em crise de abstinência. De acordo com ela, caso não ocorra um bom tratamento desta crise, ela pode levar a morte e que o objetivo principal dos CAPS é estruturar um atendimento adequado para cada paciente.

Morador do DF relata a sua rotina de tratamento no CAPS

O morador do Distrito Federal Tadeu da Silva, de 51 anos, faz tratamento no CAPS de Santa Maria. Ele conta que o trabalho dos psicólogos é para que os pacientes sejam perseverantes no combate ao consumo abusivo do álcool.

Antes de ingressar na unidade em fevereiro do ano passado, foram diversas as tentativas de Tadeu de enfrentar a dependência do álcool. Percebendo os resultados alcançados por si e pelos colegas, ele buscou dedicar-se totalmente ao tratamento neste ano.

“O tratamento é a longo prazo. Não posso dizer que é como um passe de mágica, que você ficará bom de um dia para o outro. Essa doença não tem cura. Não existe um remédio para a dependência química. O importante é a constância”, conta Tadeu.

Rede de atendimento à população

A Secretaria de Saúde oferece um amplo atendimento aos pacientes que sofrem com dependência de álcool e drogas. Nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs), é possível encontrar acompanhamento de diversos profissionais para tratar enfermidades que possam ter sido desenvolvidas em decorrência do abuso dessas substâncias.

A secretaria enfatiza que caso seja identificada a necessidade de tratamento mais intenso, é realizado o encaminhamento a um CAPS, que atende jovens a partir de 16 anos.

Veja locais de atendimento aqui

O Distrito Federal tem sete CAPS, sendo dois com funcionamento 24 horas, incluindo fins de semana e feriados, localizados em Ceilândia e no Setor Comercial Sul. Os demais, com atendimentos diários, ficam nas regiões:

Guará
Santa Maria
Sobradinho
Itapoã
Samambaia