Com 15 pontos fixos de vacinação espalhados pelo DF, Secretaria de Saúde trabalha na conscientização para evitar a contaminação
Mais um ponto fixo de vacinação antirrábica foi inaugurado no Distrito Federal, desta vez na Administração Regional do Cruzeiro
Na semana passada, foi inaugurado mais um ponto fixo de vacinação no Distrito Federal. Localizado na Administração Regional do Cruzeiro, o local atenderá a população da região central de segunda a sexta, das 9h às 16h. A unidade é administrada pela Diretoria de Vigilância Ambiental em Saúde (Dival), da Secretaria de Saúde (SES).
O subsecretário de Vigilância em Saúde, Divino Valero, explica que, além da vacinação, a equipe oferecerá serviços de ouvidoria e orientações sobre medidas de prevenção e controle dos fatores de risco, inclusive sobre a presença e infestação de insetos peçonhentos e animais transmissores de doenças ou agravos.
O comerciante Alexandre Ferreira estreou a primeira seringa do ponto. Acompanhado dos cães Presente e Maximus, ele destacou a importância da imunização: “É uma atenção que todos precisamos ter para o cuidado dos pets, que se tornam como filhos para nós, e da população, para evitar novos casos”. A preocupação é tanta que Alexandre também está divulgando a ação para seus amigos e conhecidos.
Raiva humana
Caracterizado por sintomas neurológicos em animais e seres humanos, o vírus da raiva se propaga a partir do local da lesão, ataca o sistema nervoso e, em seguida, diferentes órgãos. Animais como morcegos, macacos, cavalos, gado, lobos, gatos, cães silvestres e domésticos podem ser contaminados e transmitir a doença por meio da saliva.
Por isso, é importante não tocar em animais silvestres, desconhecidos, estranhos, feridos ou doentes; não perturbar animais quando estiverem comendo, bebendo ou dormindo; não deixar o animal solto na rua e usar a guia ao sair; entre outras recomendações.
Além disso, é preciso ficar atento aos sintomas: cães e gatos contaminados podem tornar-se agressivos ou tristes; passam a recusar alimento ou água; ficam de boca aberta, com muita salivação e sem coordenação motora.
A enfermeira e estudante Marianna de Fátima levou o cãozinho Jackie para vacinar assim que soube da abertura do espaço no Cruzeiro
Prevenção
No Distrito Federal, foram registrados apenas dois casos de raiva humana desde 1978. O número reduzido de incidências se deve ao trabalho ampliado de prevenção instituído pela SES, como a vacinação anual de cães e gatos, a profilaxia de pessoas agredidas por animais suspeitos, a pesquisa de raiva em animais suspeitos e a profilaxia de profissionais que exercem profissão de risco.
Desde 1973, é realizada uma campanha anual contra a raiva em cães e gatos, com equipes mobilizadas e postos de imunização temporários espalhados por todo o DF. São 15 pontos fixos nas regiões de saúde, que atendem diariamente, sem agendamento prévio. Confira aqui as salas fixas de vacinação para cães e gatos.
No posto da Administração do Cruzeiro, Jackie recebeu a vacina sem chorar, apesar da preocupação de sua tutora. A enfermeira e estudante Marianna de Fátima levou o cãozinho assim que soube da abertura do espaço. “Eu já fui mordida e precisei procurar uma unidade básica de saúde [UBS] para fazer o tratamento pós-exposição. Então, sempre faço questão de atualizar as vacinas do Jackie, pela segurança dele e pela minha também”, explicou a jovem.
O tratamento mencionado por Marianna é o de profilaxia pós-exposição, no qual a ferida é avaliada pelos profissionais de saúde e, de acordo com as características do ferimento e do animal envolvido, são indicados os cuidados.
Também existe a profilaxia pré-exposição, em que a vacina é indicada para pessoas com risco de exposição permanente ao vírus, como veterinários, estudantes de medicina veterinária, pesquisadores, servidores de zoológicos, entre outros. Para receber a imunização, basta procurar a sua UBS de referência e apresentar comprovante de atividade ocupacional de risco.
Confira os locais e horários de atendimento para a profilaxia da raiva humana pós-exposição e as unidades que fazem aplicação de vacina e imunoglobulina antirrábica humana.
Fui mordido! E agora?
Em casos de agressão por animal, conhecido ou não, é recomendado lavar imediatamente o ferimento com água e sabão. Em seguida, é preciso procurar sua UBS mais próxima e explicar o ocorrido. Os profissionais de saúde avaliarão a necessidade de profilaxia antirrábica e, se for o caso, iniciarão o tratamento.
Se encontrar animais suspeitos ou carcaças abandonadas, acione a Vigilância Ambiental para recolhimento e análise pelo telefone 2017-1342 ou pelo e-mail zoonosesdf@gmail.com.