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Distrito Federal vai contar com plano para enfrentamento à hanseníase

Intenção é zerar, até 2030, casos da doença no DF; oficina prossegue até esta terça-feira para levantar os principais pontos para o desenvolvimento do planejamento


A Secretaria de Saúde, a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e o Ministério da Saúde preparam projeto para combater a hanseníase e, até 2030, acabar com os casos da doença no Distrito Federal. O trabalho teve início na manhã desta segunda-feira (13), com o lançamento da Oficina para Elaboração de Enfrentamento à Hanseníase do DF de 2023 a 2030, durante evento no auditório da Opas, em Brasília.

Presente na solenidade, a secretária de Saúde, Lucilene Florêncio, destacou que “a importância da construção compartilhada (gestor, trabalhador e usuário) do Plano de Enfrentamento é para que seja realista com as nossas necessidades e, de fato, resolva os problemas dos pacientes com hanseníase.”

 

“É uma doença que traz estigmas e são necessárias ações para solucionar essa questão”
Arnaldo Correia, secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde

 

O secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Arnaldo Correia de Medeiros, parabenizou o DF pelo empenho em erradicar os casos autóctones, aqueles adquiridos na zona da residência do enfermo. Ele lembrou que o Brasil é o segundo país do mundo com mais casos de hanseníase, superado apenas pela Índia. “É uma doença que traz estigmas e são necessárias ações para solucionar essa questão”, reforçou.

O coordenador da Área Técnica de Doenças Transmissíveis e Determinantes Ambientais da Saúde, da Opas, Miguel Aragón, enfatizou que essa é uma doença negligenciada, uma vez que “há pelo menos 30 anos todos os estudos são os mesmos. Avançamos em termos de pesquisa mundial no que se refere à Aids, ao câncer, mas a hanseníase ficou sem destaque”. O representante da Opas evidenciou que o Brasil tem tomado decisões ousadas e necessárias, como a meta traçada para até 2030.

O subsecretário de Vigilância em Saúde do DF, Divino Valero, afirmou que o DF tem uma das maiores estruturas de saúde do país e que está determinado em atingir as metas estabelecidas. “Que essa oficina seja um momento para elaborar, discutir e implantar ações para diminuir os casos autóctones da hanseníase.”

O coordenador de Atenção Primária à Saúde, Fernando Erick Damasceno, reforçou a importância da estratégia da família como modelo de atenção para detectar os casos e fazer o rastreio dentro da comunidade. “A doença está ligada às famílias. Ao estabelecer uma comunicação da atenção primária com a população, facilitamos a entrada dos serviços de saúde.”

O plano de enfrentamento terá participação de especialistas, da sociedade civil e de associações voltadas ao combate e à conscientização da doença. A oficina prossegue até o fim da tarde desta terça-feira (14), Os participantes devem levantar os principais pontos para o desenvolvimento do plano. Em seguida, será aberta minuta para consulta pública, que passará pelo Conselho de Saúde Distrital e por gestores da Secretaria de Saúde.

A previsão é de que o plano consolidado seja publicado até o final do ano para dar início às estratégias em 2023. Os especialistas vão elaborar metas parciais e gerais para acompanhamento a cada dois anos.

Segundo a Opas, a hanseníase está contemplada na agenda sanitária internacional e, como exemplo de compromisso mundialmente assumido, a doença está inserida no 3º Objetivo do Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU). No DF, na série histórica entre 2016 a 2020, foram notificados 872 casos novos.

*Com informações da Secretaria de Saúde do DF

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